ASSOCIAÇÃO SOMAR BRASIL

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Juiz de Fora, Minas Gerais, Brazil
A Somar Brasil foi criada em 2010, em Juiz de Fora/MG, quando um grupo de pessoas com deficiência percebeu que, para mudar os discursos da sociedade sobre as dificuldades de inclusão, era preciso derrubar barreiras. Depois de identificadas essas barreiras, colocadas pelas pessoas com deficiência, familiares, empresários, médicos, professores e outros profissionais, o grupo decidiu derrubá-las, uma a uma, num trabalho de campo, em que cada um expõe o que pensa, fala dos problemas e temores e, juntos, buscam soluções. Descobrimos que a palavra “preconceito” perde lugar para “desconhecimento” e por isso é preciso mostrar como conviver em diversidade.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Em menos de 1 ano a Somar Brasil já atendeu mais de mil pessoas. Os trabalhos são feitos por meio de encontros informais, reuniões e palestras



"A partir do momento que o deficiente conhece os seus desafios e aprende a lidar com eles, as barreiras são derrubadas e o cidadão segue em frente", destaca a jornalista Thaís Altomar, que em 2008 teve a ideia de fundar a organização não governamental (ONG) Somar Brasil.

Thaís, que teve paralisia na infância, começou a juntar esforços com mais quatro voluntários para criar a associação. Do início do projeto até os dias atuais, o que estava no papel foi ganhando forma, endereço e apoiadores. Essa recompensa é comemorada pela voluntária. "A melhor coisa de ser um voluntário é saber que a gente pode melhorar a cidade em que vivemos."

Com a vontade de fazer diferente, a fundadora da Somar Brasil relata que o objetivo era fazer algo inovador e trabalhar com a ideia de que atos que parecem preconceito podem ser sinal de falta de conhecimento sobre a diversidade. "Por isso, é preciso mostrar como lidar com tanta diversidade de pessoas e suas deficiências. O intuito é que a população conheça os seus direitos."

Segundo a coordenadora do projeto, o serviço do voluntário é ensinar às pessoas a se aceitarem. "Na verdade, nada será como antes, mas isso não quer dizer que vai ser melhor ou pior, só vai ser diferente. É necessário que a pessoa tenha o impulso e busque outros desafios."

Somar Brasil

Com garra e força de vontade, Thaís, em 2010, consolidou o projeto e ergueu a Somar Brasil. Para a elaboração da instituição, o grupo visitou fundações não só em Juiz de Fora, mas também em outras cidades. "Pensamos em uma entidade diferente das que existiam em Juiz de Fora. Nosso objetivo é encaminhar os deficientes para as fundações específicas de acordo com cada necessidade." Todos os atendimentos clínicos também são direcionados.

Para que esse trabalho seja feito, a ONG conta com a parceria de outras instituições da cidade. Segundo Thaís, a Somar é um local onde cada um expõe o que pensa, fala dos problemas e temores e busca soluções, em conjunto. Os trabalhos da associação são feitos por meio de encontros informais, reuniões, trabalho corpo a corpo e palestras. Desde o início do funcionamento, mais de mil atendimentos foram realizados pela associação.

Atividades desenvolvidas

Atualmente, cinco trabalhos são oferecidos pela fundação. "Desenvolvemos o apoio à pessoa, visando a integração da família e do próprio portador de necessidade especial." De acordo com Thaís, quando a família descobre que existe um deficiente em casa, é necessário um período de adaptação. "É necessário mostrar a diferença de cada pessoa e buscar novos desafios. Queremos minimizar os problemas e inserir o cidadão na sociedade."

A Somar Brasil também presta serviços de orientação jurídica gratuitamente, orientando os cidadãos dos seus direitos. "O objetivo é ampliar esse atendimento e esclarecer as dúvidas." Outra atividade que a ONG oferece é o esporte, por meio de parcerias com Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e com aPrefeitura. Segundo a fundadora, os atletas já ganharam medalhas nas atividades. Entre as modalidades mais comuns está o futebol de bocha.

Serviços de prevenção também são realizados à comunidade, por meio do teste do pezinho, do olhinho, da orelhinha, além da conscientização da importância da vacina oral contra a poliomielite. "Algumas mães não sabem da importância desses exames nas crianças. Se a deficiência for constatada antes, ela pode ser diminuída ou até mesmo curada."

Orientações sobre o mercado de trabalho, com ações de capacitação de deficientes e adaptação da empresa também são desenvolvidos. Segundo a voluntária, em Juiz de Fora, o mercado para os portadores de necessidades especiais está crescendo, mas ainda falta capacitação e também adaptação por parte das empresas.

Falta comunicação para os deficientes

"A cidade precisa ser mais inclusiva, onde as pessoas conheçam as diferenças, de fato." Segunda Thaís, o que falta é uma comunicação. "Acessibilidade não é só na rampa, no elevador ou nas calçadas. É preciso saber se a rampa está instalada no local ideal, se o cardápio do restaurante, o nome da rua ou de alguma estátua está em braile."

A Somar Brasil atende na avenida dos Andradas, 1.333, das 13 às 17h, de segunda a sexta, no Morro da Glória.

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