ASSOCIAÇÃO SOMAR BRASIL

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Juiz de Fora, Minas Gerais, Brazil
A Somar Brasil foi criada em 2010, em Juiz de Fora/MG, quando um grupo de pessoas com deficiência percebeu que, para mudar os discursos da sociedade sobre as dificuldades de inclusão, era preciso derrubar barreiras. Depois de identificadas essas barreiras, colocadas pelas pessoas com deficiência, familiares, empresários, médicos, professores e outros profissionais, o grupo decidiu derrubá-las, uma a uma, num trabalho de campo, em que cada um expõe o que pensa, fala dos problemas e temores e, juntos, buscam soluções. Descobrimos que a palavra “preconceito” perde lugar para “desconhecimento” e por isso é preciso mostrar como conviver em diversidade.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

I ENCONTRO REGIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Juiz de Fora, Barbacena, Cataguases e Santos Dumont

O I Encontro Regional das Pessoas com Deficiência: Juiz de Fora, Barbacena, Cataguases e Santos Dumont, com o tema: “Políticas Públicas para pessoas com deficiência: Implementação Já!”, discutiu nos dias 20 e 21 de setembro de 2011, em Juiz de Fora: “A Atuação do Estado, dos Conselhos de Defesa de Direitos, O Papel da Sociedade Civil e a Atuação dos Municípios frente à Implementação das Políticas Publicas para as Pessoas com Deficiência”
Os grupos de trabalho formularam propostas sobre os eixos temáticos: Acessibilidade, Transporte Público, Mercado de Trabalho e Reabilitação, Saúde, Educação e Financiamento das Políticas Públicas, tomando as seguintes diretrizes:
- Propiciar a participação da pessoa com deficiência em todas as fases de implementação desta política.
- Favorecer a construção de contextos inclusivos.
- Ampliar e fortalecer a relação entre o governo municipal e a sociedade.
Objetivos
- Desenvolver e implantar programas e projetos voltados às necessidades da pessoa com deficiência em todas as áreas da administração pública municipal direta, indireta e autárquica.
- Garantir, no âmbito municipal, a aplicação da legislação federal e estadual existentes.
-     Promover parcerias que propiciem articulação entre as entidades não governamentais e governamentais entre os governos municipais, estaduais e federais, visando o atendimento das necessidades da pessoa com deficiência.

PROPOSTAS APROVADAS
Saúde
1.    Implementar e capacitar os profissionais de saúde no atendimento integral às pessoas com deficiência auditiva, surdocegueira e múltiplas deficiências nos três níveis da atenção pública e privada, observando os princípios e diretrizes do SUS, bem como a criação de um grupo itinerante nos bairros;
2.    Acessibilidade e maior mobilidade nos equipamentos de saúde para melhor atender às pessoas com deficiência;
3.    Humanização e sensibilização nos atendimentos às pessoas com deficiência pelos profissionais de saúde;
4.    Implementação da Portaria MS-GM/PT 1402/2001 que trata das academias de saúde na promoção e prevenção à saúde das pessoas com deficiência;
5.    Fazer valer o cumprimento da política nacional de atenção à saúde das pessoas com deficiência no tocante à participação nos conselhos de saúde bem como da criação do centro de referência em reabilitação (item 3.2 da Assistência Integral à Saúde da Pessoa com Deficiência).

Transporte Público
1.    Promover campanhas de conscientização de usuários e profissionais do transporte público municipal: “Respeito ao espaço destinado à pessoa com deficiência”
2.    Regulamentação através de resolução do órgão gestor para definir um responsável que garanta acessibilidade e segurança no embarque e desembarque da pessoa com deficiência no transporte adaptado;
3.    Promover acessibilidade nos pontos de ônibus e nas vagas especiais de acordo com as normas da ABNT, respeitando calçadas rebaixadas, local apropriado para usuários de cadeiras de rodas, faixas de segurança para embarque e desembarque nas vagas especiais com acesso imediato à calçada em cumprimento ao decreto 5296/2004;
4.    Fiscalização junto às centrais de taxis para garantir a priorização do taxi adaptado para atendimento à pessoa com deficiência e treinamento dos operadores desses veículos,
5.    Incrementar equipamentos como sonorizador e temporizador para segurança da travessia de pessoa com deficiência visual e mobilidade reduzida.
6.    Campanhas de conscientização para um trânsito mais seguro e humano nos moldes da campanha de nível nacional.

Educação
1.    Implementação de um “Fórum permanente” para discutir e encaminhar questões inerentes a Educação Inclusiva;
2.     Divulgação para conhecimento e cumprimento da legislação existente relativa à modalidade de Educação Especial;
3.    Promover formação de profissionais para o trabalho com pessoas surdas, cegas e surdocegas focando técnicas de interpretação na educação com libras, libras adaptada e braille;
4.    Promover formação de profissionais para o trabalho com pessoas com deficiências múltiplas, focando tecnologia assistiva e comunicação alternativa;

Acessibilidade
1.       A implementação da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) nos municípios, em acordo com o decreto nº 5296/2004 que regulamenta as leis nº 10.048 e a lei nº 10.098/2000, cumprindo a legislação federal e respeitando o decreto nº 5626/2005.
2.       A formação inicial e continuada dos profissionais que atuam na área de atendimento as pessoas com deficiência, abrangendo desde o planejamento até a execução das atividades;
3.       Criação de cartilhas e campanhas de responsabilidade social com o objetivo de orientar e conscientizar os cidadãos como na forma de construção das calçadas particulares e logradouros particulares que atendam ao público, com estas orientações também transcritas no boleto do Imposto Territorial Predial Urbano (IPTU).
4.       Inclusão no Plano Plurianual dos municípios com vista a inserção na Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO) uma verba específica para a acessibilidade.
 5.      A expansão do percentual legal de imóveis adaptados do programa minha Casa Minha Vida para pessoas com deficiência e a diminuição da burocracia nesse processo de acordo com as normas da ABNT e com o decreto 5296/2004.
Financiamento das Políticas Públicas
1.       Garantir a intersetorialidade das políticas públicas para as pessoas com deficiência destacando rubrica específica em cada secretaria municipal;
 2.      Que os municípios participantes do encontro elaborem uma avaliação dos custos dos serviços prestados pelas entidades;
3.       Que as prefeituras municipais das cidades participantes do encontro elaborem o Plano Municipal de Ação das políticas paras as pessoas com deficiência de acordo com o Plano Nacional dos Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência e que este Plano seja elaborado em Fóruns específicos, audiências públicas e nos conselho municipais, fazendo sua divulgação no Diário Oficial;
4.       A criação de Conselhos municipais de pessoas com deficiência nos municípios participantes do encontro e que estes conselhos sejam deliberativos e paritários, e em Juiz de Fora onde já possui o Conselho que seja imediatamente aprovada e sancionada a Lei que reestrutura o Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência (CMPD) o tornando deliberativo para exercer o efetivo controle social sobre o financiamento;
5.    Criação de Fóruns intersetoriais e apartidários de entidades com o objetivo de fomentar e avaliar políticas públicas para as pessoas com deficiência.

 Mercado de Trabalho e Reabilitação
1.    Promover Fórum para discutir a questão da empregabilidade.
2.    Fomentar a intersetorialidade a nível municipal com o Órgão Gestor da Política da Pessoa com Deficiência , INSS, Ministério do Trabalho, cursos técnicos, universitários e ONGs.
3.    Inserção e acompanhamento sistemático da pessoa com deficiência na empresa por serviços prestados por ONGs em conjunto com o Órgão Gestor da Política da Pessoa com Deficiência, durante o período de experiência.
4.    Incluir no orçamento, fonte de custeio para capacitação, habilitação e reabilitação que garanta acessibilidade, empregabilidade (Sistema de leitura e linguagem compatíveis com as demandas de pessoas com deficiência).





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